sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Amigos

Nas sombras do dia,
no rastro da solidão,
em meros acontecimentos,
em pequenos gestos,
nos erros e
não só nos acertos,
nos dias nublados,
na correnteza,
numa praia ensolarada,
nas crises,
nas risadas,
na distância,
na proximidade...
Só assim é que
reconheceremos um
verdadeiro amigo.

Andreia Flores

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Livro Mestres da Paixão

A obra Mestres da Paixão, de Domingos Pellegrini, é um livro autobiográfico que relata as lembranças escolares do autor. Cada capítulo retrata um fato vivenciado ao lado de vários professores que marcaram sua vida no período da infância até a entrada para a Universidade, na juventude. O autor narra histórias que o ajudaram a amadurecer e a crescer. Narra fatos que ele guarda como grandes experiências e que levou pela vida afora.
No terceiro capítulo do livro: Do mar ao infinito, Pellegrini relata a história do professor Mandrake, de Trabalhos Manuais, do qual conta que aprendeu a ter prazer de criar trabalhos manualmente. Foi numa aula desse professor que ele teve uma briga com um colega e, após receber um castigo, constatou que devemos respeitar e se fazer respeitar. Para Pellegrini (2007, p. 35), “além do prazer e do poder de criar, com Mandrake aprendi também a respeitar e me fazer respeitado.”
O professor Joaquim Carvalho é outro professor que o autor cita no 5º capítulo: Entre céu e inferno. Domingos narra que ele tinha extrema paciência com os alunos e que jamais desistiu de dar aula, mesmo com o tumulto da turma. Era um professor atencioso e prestativo. Segundo Pellegrini (2007, p. 81):

Pacientemente, aula após aula, ele ensinava gramática para aqueles poucos, enquanto os outros tumultuavam. Mas não deixávamos de prestar alguma atenção e dar uma olhada no livro didático, para fazer as provas, e conseguíamos notas até melhores que as dos caxias.

Outro professor citado por Domingos Pellegrini é o Mister, professor particular de matemática. Ele tinha aulas particulares na própria casa do professor com mais cinco colegas. A lição que Pellegrini guardou com carinho foi a da aula que o professor Mister fala que, na Física, aprendemos que tudo começa com o átomo, em Química, que tudo começa com a molécula e, em matemática, tudo começa com o ponto. De acordo com Domingos Pellegrini (2007, p. 48):

Mas o professor particular, que chamaremos de Mister porque tinha muita elegância e charme, começou pelo ponto. Vestia guarda-pó branco, mesmo para aquelas aulas em casa, e usava uma varinha como batuta de maestro para apontar no pequeno quadro sobre tripé. E começou perguntando qual é a maior invenção.

O autor conta que aprendeu muito com a teoria do ponto nas inesquecíveis aulas do professor Mister, retratadas também no capítulo: Do mar ao infinito.
O livro Mestres da Paixão é um relato emocionante que nos faz ver os dois lados de uma história: a relação aluno/professor e professor/aluno. Pellegrini desperta interesse e curiosidade no leitor aluno e traz nostálgicas saudades no leitor professor, que acaba percebendo que no passado foi também um aluno e hoje está vivendo o futuro que faria a diferença. Moacir Gadotti fala também sobre os queridos mestres no seu livro Boniteza de um sonho. O autor relata os altos e baixos da profissão de professor, os preconceitos e o valor de lecionar. Segundo Gadotti (2002, p. 17), “poderíamos dizer que o professor se tornou um aprendiz permanente, um construtor de sentidos, um cooperador, e, sobretudo, um organizador da aprendizagem.”
Moacir Gadotti deixa claro que ser professor hoje em dia é viver intensamente o seu tempo com consciência e sensibilidade. E apesar de Domingos Pellegrini não lecionar mais, por ter desistido do ofício, vemos claramente nesses dois livros que ser professor é encantador e estimulante. É uma profissão da qual aprendemos constantemente. Mesmo com alguns desestímulos, vale muito a pena disseminar nossos saberes em benefício do próximo. Realmente não podemos imaginar a humanidade sem os educadores. Eles serão sempre o alicerce, a pedra fundamental.

Andreia Flores

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Véu negro

Lágrimas me são dadas de graça.
Os motivos, compro aqui e acolá.
Entristeço-me, quiçá, chorarei.
Meus passos perdidos alguém
ajuntou.
Se grito, recebo cabal resposta.
Espero, até mesmo, um vil sorriso
que me alente.
Tudo escureceu, decerto perdi
meu vigor.
Ou um véu negro cobriu-me
todo...

Andreia Flores

À você

À você que me ilumina;
À você que me conduz;
À você que me enxerga;
À você que me salva;
À você que me revela;
À você que me ensina;
À você que me enche
de esperanças;
À você que me felicita;
À você...
todo o meu amor!

Andreia Flores

Loucos

Todos nós seremos sempre loucos,
pois teremos sempre delírios
transitórios.

Andreia Flores

Alguns casais da Literatura


Ana Terra e Pedro Missioneiro;
Iracema e Martim;
Édipo e Jocasta;
Jane Eyre e Edward Rochester;
Qorpo Santo e Inácia;
Bentinho e Capitu;
Tudinha e Nadico;
Clara Vitória e Maestro;
Macunaíma e Ci, mãe do mato;
Emma Bovary e Charles e Léon e
Rodolphe...
f
Deya Flores

Enredo

Você, eu e o amor.
Você e eu.
Eu e você.
Eu sem você.
Você e o amor.
Eu, sem você, sem amor.
g
Andreia Flores

Felicidade

Fecho a porta
E abro as janelas.
Livre como uma borboleta
Invisto no teu amor.
Corro quilômetros
Indevidos e não te alcanço.
Deves estar fugindo de mim.
Ando perdida te procurando.
Dê-me uma chance ao menos,
E te mostrarei o paraíso.

Andreia Flores

Desafio

É...ela também enfrentou a
brutalidade dos carrascos.
d
Deya Flores

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A bela morena

O vôo estava marcado para às 19h, o dia no escritório foi cheio, tanto trabalho que o atraso era fatal. Mesmo assim, apressadamente chegou a tempo, o avião já estava saindo. Sentou-se confortavelmente na poltrona e começou a olhar a paisagem que já se distanciava.
Com os olhos fechados, via cenas do seu dia cansativo de trabalho, seus problemas, seu divórcio... E rapidamente abriu os olhos, queria libertar-se daquilo por umas horas. Então uma morena muito bonita, de 1.70m., olhos verdes, sentou-se ao seu lado. Ele não conseguia conter seus olhos (as pernas dela eram lindas) e começou a puxar conversa.
Perguntou-lhe se estava gostando da viagem e ela balançando a cabeça (com seu olhar sedutor) deu uma resposta afirmativa. Começou a contar-lhe muitas histórias, chegando até a roubar-lhe um sorriso, mas ela nada dizia. Porém, ele só pensava em conquistar aquela mulher fatal com seu papo interessante. Passando-se quase uma hora, não agüentando mais só falar, disse-lhe:
- Fale-me algo, conte-me seus desejos, suas fantasias, que irei prontamente satisfazê-la.
A morena abriu a bolsa, pegou seu espelho e retocou o batom (ele quase suspirou com aquilo) respondendo:
- Benzinho (com uma voz bem grossa) desde menino eu sempre tive muitas fantasias, mas ultimamente ando meio retraído, deve ser o efeito do silicone.
A cara daquele homem cansado, trabalhador, cheio de problemas, caiu literalmente no chão. Nem olhou mais para o rosto daquela morena, ou melhor, moreno. Virou-se imediatamente para o outro lado e começou a repensar seus infortúnios, seu divórcio... Fechou os olhos e dormiu. Sonhou que estava nos braços de um homem másculo, forte.
Acordou-se assustado, olhou para o lado dando de cara com o travesti. Arregalou os olhos e deu um enorme berro. A morena disse:
- É estresse!
j

Andreia Flores

Maré

Tudo é glória,
tudo é infinito.
A alma sorri
calada.
O preço que se
paga é alto...
e o olhar acusará.
Sombras negras se
dispersam e no
final das contas
o que se aprende
é para sempre.

Deya Flores

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Uma idéia mais que perfeita

Estava tudo combinado, iríamos todos acampar naquele final de semana. Até chegarmos a essa conclusão tivemos muitas dúvidas e problemas, pois a maioria da turma estava indecisa: para onde iríamos e quanto gastaríamos? A empolgação e o espírito aventureiro tomaram conta e acabei escolhendo um bom lugar que não nos obrigasse a gastar muito dinheiro. Logicamente quem faz a alegria somos nós, então tanto faz o lugar para onde fôssemos. Sabíamos apenas que a diversão estaria garantida.
Havia, no entanto, um pequeno detalhe: eu é que tinha escolhido o local e ainda não falara aos meus amigos. Iria fazer-lhes uma pequena surpresa. Finalmente o tão esperado sábado chegou. A turma estava agitadíssima e eu orgulhosa por ter tido uma ótima e econômica idéia. Eles estavam todos curiosos, cada um com uma enorme mochila, vara de pescar, rede, saco de dormir, barraca e demais acessórios.
Entramos no carro e segui em direção ao lugar onde iríamos acampar. Chegando na metade do caminho eles começaram a estranhar e me olharam com uma cara de espanto. Quando estacionei o carro na garagem da minha casa, o pessoal apavorado me perguntou se eu havia desistido do passeio. Então respondi que não havia desistido e que tínhamos chegado ao local. Todo mundo ficou sem reação e ninguém falou nada, absolutamente nenhuma palavra. Só se entreolhavam.
Escolhi o quintal de minha própria casa para acamparmos. Não é um lugar muito emocionante, mas é um lugar bastante econômico. Desta forma não gastaríamos muito dinheiro (o que a turma toda queria), não concordam?


Andreia Flores

sábado, 4 de outubro de 2008

Na noite escura

Estava sozinha naquela noite, eram quase 22 horas, quando resolvi ler um livro e me acomodar na cama. Então ouvi gritos. Espantada com o que ouvia e muito curiosa, passei por cima do meu medo, abri rapidamente a porta e sai na rua para ver o que acontecia. Lá fora estava escuro, ninguém nas ruas. Em frente a minha casa, avistei um homem e uma mulher.
Eles estavam discutindo e falando muito alto. Parece que o mundo inteiro dormia, só eu estava acordada vendo aquilo. Escondi-me atrás de uma árvore, eu sabia que o que fazia era errado, mesmo assim, fiquei olhando. Queria saber por que o casal brigava, então fiquei ali parada assistindo.
De repente vi o homem agredir a mulher, ele batia nela com muita violência. Ao empurrá-la no chão, puxou um revólver e o apontou para ela. Fiquei paralisada com a cena. Eu vi, na minha frente, ele matar aquela mulher. Minha reação foi tão inesperada que gritei, chamando a atenção daquele homem que correu em minha direção. Não sei como, mas enquanto o homem pulava o muro de minha casa, consegui entrar e trancar a porta. Ele forçava a entrada, querendo derrubá-la. Queria entrar e matar-me, para que eu não contasse o que havia presenciado. Peguei o telefone, nervosamente liguei pra a polícia, enquanto o homem do lado de fora procurava entrar. Ao tentar adentrar pelos fundos, fui até a janela da frente e espiei.
Entrei em pânico ao ver nitidamente a mulher caída no chão. Naquele momento quis morrer para não presenciar aquilo. Finalmente a polícia chegou e capturou o assassino. A noite que estava deserta há uma hora atrás, agora estava cheia de pessoas curiosas.
Uma semana depois, vendi meu imóvel e fui morar em outra cidade. A única coisa que levei comigo foi a tristeza de presenciar que o ser humano pode dar a vida e também tirá-la. Aquele homem, naquela noite, havia matado sua própria filha.


Andreia Flores

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Um grande amor


Estou à procura de um grande amor. De um amor que me empolgue, de um amor que me alimente. Alguém que me dê motivos de sobra para sentir-me contente. Queria amar simplesmente, sem preocupações. Ter um amor cheio de surpresas gostosas e boas recordações.
Já tentei de tudo, muitas bocas já beijei. Só que delas, o som da voz dizendo verdades jamais escutei. Cansada de más experiências e com o coração machucado, prometi não mais me iludir. Para mim agora só resta deixar meu grande amor surgir. Ele chegará com o tempo, é por isso que serei paciente. Não correrei o risco de passar por mais um acidente.
Torço para que a minha metade seja meu tipo ideal, que seja inteligente, simpático e alto astral. Não precisa ser abonado, desde que seja amor verdadeiro e não tão apressado. Sonho com um homem que me elogie e me admire. Quero segurança, portanto, não me dê caixa de bombons. Quem dá chocolates demonstra não amar de verdade.
Estou bem atenta, reparo em todos, um deles será meu sonho. Não me distraio, olho para todos os lados. Aceito receber todo o tipo de amor, exijo somente que não magoem meu coração. Eu quero é amor, não paixão.
O homem ideal seria o sincero, que não diz eu te amo, quando quer dizer só te quero. Será que neste mundo materialista encontrarei alguém que me faça sentir benquista? Enquanto não encontro o homem de minha vida, não me abalo, não fico aflita. Até encontrar meu príncipe encantado, eu sonho, saio, me distraio. Se não conseguir preencher meu coração, pensarei somente em saídas, festas e todo o tipo de diversão.


Andreia Flores

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Feliz aniversário!

Parabéns Cassio! Um feliz aniversário!
Que seu dia seja perfeito e cheio de paz,
que Deus te ilumine sempre!
Obrigada por ser esse companheiro de
todas as horas, esse amigo verdadeiro,
confidente atencioso e marido excelente!
Te amo e agradeço a Deus por ter te
colocado no meu caminho.
Muitos beijos, abraços...
Tua Deya.

Cidade do meu coração

Porto Alegre, a menina dos olhos do Rio Grande do Sul. Cidade bela que transborda encantos que beiram à perfeição. Suas ruas, seus bairros, seu povo, são as transparências que figuram sua altivez e harmonia. Lugar como este não há igual.
No meio de tantas belezas, temos também o caos, que é próprio de todas as grandes cidades. Caos que se perde no meio de nosso histórico hospitaleiro e heróico. Cidade de um povo de fibra, de um povo incansável. Lugar como aqui, nunca vi!
Suas riquezas culturais, seus imensuráveis pontos turísticos, sua simpatia e aconchego tornam-na um lugar para se viver e desfrutar. Sou um pássaro pertencente a outro ninho, mas que adotou o seu atual como legítimo. Tenho aqui bons amigos, ótima vizinhança e estabilidade. Não trocarei jamais de cidade.
Lugar como esse, ninguém verá! Bem-vindos a um porto alegre de mil magnitudes. Bem–vindos ao povo porto-alegrense, um povo solícito e de verdadeiras atitudes.


Andreia Flores