quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Caminhada

Escuto o barulho das águas, o canto das cigarras e presencio o sol escaldante. Sinto sua falta e ao lembrar-me disto, entristeço-me. Dá um aperto no peito, misto de raiva, derrota e dor. É como se tivéssemos desperdiçado nossos melhores anos, sem termos os aproveitado o bastante. Tudo acabou muito cedo e de repente. Não deu tempo nem de ver nossa maturidade aflorar. Lembro-me do choque da notícia, da espectativa de que tudo ficaria bem novamente, do destino sendo violado e da apunhalada que a vida nos deu neste dia. Impotência perante tudo sempre sentirei. Arrependimento de não ter lhe mostrado que você também era uma peça fundamental no alicerce de minha vida. O deixei livre para o mundo, sentia que serias cuidado por Deus e até hoje não sei o que aconteceu. Onde está a falha? Qual foi o erro? Fica a certeza de que algumas coisas fogem das mãos Dele, afinal somos bilhões, trilhões e muito mais. Meio complicado de controlar essa grandiosidade chamada vida. Mas Ele sempre dá um jeito de aliviar nossas almas amarguradas por injustiças e tragédias.Ele permanece ao nosso lado em todos os momentos. Não posso negar: até nas dores sinto sua presença. Os bons de coração, que partem antes, são recompensados com a estadia rápida ao Seu lado. E os que bravamente aqui resistem, descobrem a verdade de que lá é o ponto de chegada e aqui, a mais ou menos longa caminhada. E esses dois caminhos tão próximos serão impossíveis não se cruzarem um dia.
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Andreia Flores

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