domingo, 21 de setembro de 2008

Iracema do século XXI

Amanheceu mais um dia no Leme.
Iracema chega novamente atrasada
na aula, por ter passado a noite toda
no MSN.
Rotina dura tem essa menina: Shopping,
amigas, cabeleireiro, Internet e faculdade
de Medicina.
Fim-de-semana chegando e a turma faz
planos. Acampamento é o programa.
Coisa que Iracema odeia por ser uma
garota urbana.
Toca o celular e ela atende, é o chato do
Martim todo insistente.
Iracema no frescor da juventude chama
muito a atenção, quando não é Martim, é
João. E quando não é o João é o Irapuã.
Mas boba ela não é, só seduz e quer curtir.
Muito esperta, só quer baladas e festas.
Até com a faculdade não tem pressa.
Um dia, na festa de Caubi, conhece Poti.
Poti lhe apresenta a tal erva alucinógena, coisa
da moda.
Iracema toda desconfiada segura, olha, aperta,
cheira e larga fora.
Apressadamente diz ser careta. Pega o celular
e pede para o pai buscá-la.
Ao estacionar o Jaguar, Iracema vê, é seu pai.
Quando chega em casa ainda confere seus
scraps no Orkut. Um recado lhe chama a atenção,
Martim dizendo que a ama lhe comove o
coração.
Relutante, decide telefonar, mas mesmo assim,
hesita em falar. Ouve a mensagem da secretária
eletrônica e torna a desligar.
Na tevê nada a anima, só notícias de corrupção
e chacinas.
Liga o som, escuta CPM. É quando ouve o triiimmm
do MSN. É Martim todo esperançoso
convidando-a para sair.
A partir daí, se tornam dois frutos gêmeos da Internet,
que saíram do seio do mesmo provedor.
E sem interferência da erva alucinógena,
que agora deixou de ser moda.

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