domingo, 21 de setembro de 2008

Mais uma do tempo

Onde vai tão apressado?
Corre do quê?
Corre de quem?
Está difícil deixar rastros.
Tenho que segui-lo
apressado.
Passo por tudo num
vôo rasante.
Mal levanto o pó da
estrada, mal toco
em mim mesmo.
Para vê-lo comprimo meus
olhos.
Mesmo assim, minha visão
não te alcança.
Quando sinto um leve sopro,
sei que é você chegando.
Chegando sorrateiramente
sem cumprimentos.
Nem me olha, se é que um
dia notou-me.
Apressado, toca agitadamente
todos os pensamentos possíveis.
Todos os atingíveis.
Quando não te vejo, te reinvento.
Ao passares por mim, sempre
faz-me chorar ou sorrir.
Traz consigo minha vida inteira.
Toda ela em suas mãos.
Tempo menino!
Tempo malcriado!

Andreia Flores

0 comentários: